A vermelhidão facial é uma resposta normal, fisiológica, a uma variedade de estímulos emocionais. A vermelhidão também é causada por estimulação do sistema nervoso simpático. É um mecanismo involuntário e a própria ansiedade pode agravá-lo. Existe uma tendência constitucional de algumas pessoas.
A vermelhidão fisiológica, normal, ocorre em situações especiais, aparecendo e desaparecendo rapidamente.
No chamado “blushing facial”, a vermelhidão é mais intensa, constante e dura mais tempo. Mais importante do que a intensidade da vermelhidão o relevante é o desconforto provocado, o “bloqueio” que o paciente sente. Geralmente as pessoas sentem intenso “calor” na face. Face e pescoço podem ficar muito vermelhos. Pode começar nas bochechas, depois fronte, pescoço e orelhas. As pessoas com o Blushing Facial respondem com vermelhidão exagerada a múltiplos estímulos. O estimulo pode ser externo ou interno e muitas vezes é desencadeado subitamente e de forma incontrolável. As vezes é desencadeada por um simples olhar de outra pessoa. Geralmente ocorre em situações onde o paciente está em evidência, exposto, o que piora ainda mais o quadro, desencadeando um ciclo vicioso. É interessante salientar que a severidade da doença não é a intensidade da vermelhidão e sim o quadro fóbico que pode existir. Assim, se o indivíduo fica intensamente ruborizado mas isso pouco ou nada o incomoda, não há o que tratar.
Muitos pacientes com “facial blush” têm concomitantemente, hiperidrose. Alguns casos são suficientemente intensos e causam tal desconforto aos pacientes que pode ser necessária uma intervenção cirúrgica (simpatectomia) para resolver o problema.
A simpatectomia para tratamento do “blushing facial” isolado (sem associação com hiperidrose) apresenta resultados diferentes da simpatectomia por hiperidrose. Nas maiores casuísticas mundiais (da Escandinávia, revisão feita em setembro de 2012) – relatam eficácia de 87%, porém com chance de recidiva do rubor (em menor intensidade) em 25% dos casos. Em pacientes com rubor facial, a incidência de suor compensatório é maior e usualmente de maior intensidade. Essa diferença de resultado deve ser bem conhecida pelo cirurgião e ser muito considerada e discutida com o paciente. Sem dúvida a indicação cirúrgica não deve ser feita antes de esgotados os recursos clínicos. Não recomendamos a indicação “liberal” da simpatectomia no caso de rubor facial.