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Dúvidas Frequentes

O que é a Hiperidrose Palmar ?

É uma situação clínica onde existe uma sudorese excessiva, principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. O portador da doença tem as mãos sempre molhadas. O sintoma geralmente piora com a ansiedade, nervosismo, podendo chegar ao ponto de pingar o pingar o suor e tem a planta dos pés molhadas, situação extremamente desconfortável, que impede o uso de meias comuns. Pode haver perda significante de líquido. O fato da doença piorar com fatores emocionais pode dar ao paciente a impressão da causa ser psicológica, o que não é verdade. O fator emocional é um fator de piora do sintoma, e não a causa.

A Hiperidrose Axilar é diferente ?

A hiperidrose axilar o mecanismo é semelhante ao que observamos na hiperidrose palmar. As queixas do paciente, contudo, são diferentes. Os pacientes sentem-se mal pela impressão que imaginam estar causando – como desleixo ou falta de higiene. Evitam levantar os braços, abraçar as pessoas. Não conseguem utilizar roupas coloridas e geralmente só usam roupas pretas. Dizem que forma uma marca como “pizza” sob os braços. Quando ao mesmo tempo existe odor, o paciente pode sentir-se ainda pior. É bastante frequente a associação de hiperidrose palmar e axilar. Nestes casos é importante determinar qual o local que mais incomoda, ou se o desconforto tem a mesma intensidade na mão e na axila.

A hiperidrose é mesmo uma doença? É uma doença hereditária?

A hiperidrose é uma doença e é classificada pela Organização Mundial da Saúde como tal (código CID10 – R61-0). Trata-se de uma doença que não mata, não encurta a vida mas afeta a qualidade de vida. Existe uma influencia do fator hereditário, mas apenas cerca de 30% dos casos consegue-se identificar casos na família, portanto a maioria dos pacientes que vemos não tem (ou não sabe se tem) casos na familia.

Qual a causa da doença ?

A “causa” da hiperidrose primária é desconhecida. Sabe-se que a transpiração (sudorese) é essencial para a vida. O controle das glândulas sudoríparas é feito pelo sistema nervoso autônomo. Na hiperidrose parece ocorrer uma hiperestimulação das glândulas sudoríparas pelo sistema nervoso autônomo, simpático. Há um centro regulador (centro sudomotor) na cadeia simpática.

Quem pode ser acometido pela doença ?

A hiperidrose ocorre em ambos os sexos; no caso da hiperidrose palmar os sintomas iniciam-se já na infância na maioria dos casos. Na hiperidrose axilar, iniciam-se geralmente na puberdade. Já quanto à incidência da hiperidrose é muito difícil determinar com segurança sua real incidência. Vários estudos relatam que a hiperidrose pode chegar a existir em até 3-4% da população. Considerando-se apenas os indivíduos em que a hiperidrose incomoda na intensidade suficiente para que o paciente busque tratamento tal incidência seria em torno de 1% da população. Ocorre em todas as raças, mas há evidências de incidência um pouco maior em orientais.

Por que uma cirurgia torácica ? A cirurgia retira as glândulas sudoríparas?

A simpatectomia para tratar a hiperidrose palmar, axilar, crânio-facial é realizada no tórax porque a região do simpático que controla essa áreas localizam-se dentro do tórax. Como não existe conexão entre lado direito e lado esquerdo, o procedimento precisa ser realizado nos dois lados. Na operação não se retira as glândulas sudoríparas (estas fazem parte da pele, estão na região profunda da mesma). A simpatectomia atua sobre os nervos que levam o estímulo exagerado às glândulas sudoríparas.

Na Hiperidrose Axilar a simpatectomia torácica é sempre a melhor opção de tratamento definitivo?

Não, nem sempre – existem situações em hiperidrose axilar onde a simpatectomia  pode não ser a melhor opção de tratamento definitivo, cirúrgico.  Essa avaliação do melhor procedimento para cada paciente deve ser feita por um médico, de preferência que conheça muito bem os dois métodos e as opções técnicas. Nessa situação, a experiência do cirurgião e a qualidade da operação são decisivos.

Como é a cirurgia ?

A operação toracoscópica é feita sob anestesia geral. São feitos dois pequenos orifícios no tórax, na região axilar, por onde são introduzidas a óptica e o material de trabalho. As incisões têm cerca de 5-6 mm. As ópticas e os instrumentos tem diâmetro de 5 mm (diâmetro aproximado de um canudinho daqueles utilizados para tomar suco). A optica está acoplada a uma camara de vídeo miniaturizada que leva a imagem a um monitor de vídeo de alta definição. A óptica também ilumina e amplia a visão dentro do tórax. A vídeo-toracoscopia permite identificar por dentro do tórax a cadeia simpática e identificarmos a cadeia simpática, os gânglios simpáticos e assim determinar a “altura” ou o “nível”. Após a identificação precisa da cadeia simpática, podemos atuar sobre a mesma, sendo seccionando, eletro-coagulando, ou “clipando” a área região do simpático que se deseja eliminar ou deixar de funcionar. O risco de lesão do gânglio estrelado (e síndrome de Horner como complicação – que era o grande problema da cirurgia “aberta”) é com a nova técnica praticamente nulo.
Não há necessidade de uso de drenos torácicos no pós operatório execto nos casos de aderências muito fortes entre o pulmão e a pleura. A cirurgia é realizada em ambos os lados e os pacientes recebem alta no dia seguinte à operação.

Quanto tempo dura a cirurgia?

A operação geralmente dura de 20-30 minutos de cada lado, 40 – 60 minutos no total. Ao final da operação recomendamos realizar uma radiografia do tórax ainda na mesa de operações. Após a radiografia o paciente vai para a Sala de Recuperação, já bem consciente. Permanece na recuperação cerca de 30 a 60 minutos. Após receber alta da recuperação volta para o quarto. O paciente pode receber alta no mesmo dia da operação, mas recomendamos que fique até o dia seguinte, para completar o ciclo de medicação endovenosa (antibióticos e analgésicos) e realizar mais uma ou duas sessões de fisioterapia.

Por que a operação é feita com anestesia geral?

Cirurgias torácicas precisam ser realizadas sob anestesia geral, uma vez que na cavidade torácica a pressão é negativa. Na simpatectomia torácica utiliza-se atualmente um tipo de anestesia endovenosa de indução rápida e despertar rápido e agradável. Durante a anestesia todos os parâmetros vitais estão monitorizados, como o eletrocardiograma, a pressão arterial, a saturação de oxigênio no sangue, gás carbônico no sangue e muitas vezes até o eletroencefalograma.

Os resultados da cirurgia são imediatos ?

A técnica da simpatectomia videotoracoscópica tem propiciado resultados excelentes na sudorese palmar (95-98%); quando há associação de hiperidrose plantar pode ocorrer melhora, mas isso não é totalmente previsível. Cerca de 60-70% dos casos também melhora a sudorese na planta dos pés.
Quanto à palma da mão a melhora é imediata, já observada na sala de operação.
Na hiperidrose axilar atualmente a eficácia é de 85-90% dos casos.
No pós operatório, é impressionante a felicidade dos pacientes. Na verdade, parece que depois de tanto tempo experimentando de tudo, já não acreditavam que teriam seu problema resolvido.O resultado deve ser simétrico (semelhante em ambos os lados).
Existe uma incidência muito baixa (menor que 0,5%) de recidiva do problema, desde que a técnica adequada seja utilizada.
Por quanto tempo o paciente fica afastado de suas atividades ?

Existem grandes variações que dependem principalmente da intensidade da dor e da vontade do paciente retomar suas atividades. Há pacientes que desejam retornar 1-2 dias após a operação, outros querem ficar mais tempo afastados. A maioria dos pacientes volta a suas atividades em 3-4 dias, geralmente tomando apenas analgésicos por via oral.

Há complicações da operação?

Apesar de tratar-se de operação com anestesia geral, os riscos são os normais para operações desse porte. No passado, o grande temor da simpatectomia cervico toracica era a lesão do gânglio estrelado que produzia a Síndrome de Horner, com queda da pálpebra, pupilas contraídas, etc. Com a moderna técnica vídeo-toracoscópica, essa complicação praticamente desapareceu, pois apenas região responsável pela sudorese excessiva é destruída com precisão. Cerca de 50% dos pacientes operados apresentam no pós operatório a chamada “sudorese compensatória”, geralmente no dorso e o abdômen. Não consideramos o suor compensatório como uma complicação e sim um efeito colateral, de intensidade variável; as vezes pode nem existir ou ser imperceptível, outras vezes são observadas em ambientes abafados e na atividade física. A maioria dos pacientes costuma adaptar-se rapidamente à compensatória ou convivem muito bem com ela, referindo ser muito mais fácil de tolerar do que a hiperidrose que tinha anteriormente.

A cirurgia deixa cicatrizes feias ou marcas anti-estéticas ?

Do ponto de vista estético as incisões da videotoracoscopia são bastante pequenas, geralmente sob a axila. Mais recentemente, com o advento de ópticas e equipamento de menor diâmetro, a simpatectomia torácica toracoscópica está sendo realizada com incisões ainda menores, que nem necessitam sutura na pele.

Li na internet que após a cirurgia o suor da hiperidrose transfere-se para outro local do corpo, isto é correto?

Após a operação pode existir o chamado “suor compensatório”, geralmente muito bem tolerado. O suor que o paciente apresenta nas mãos, axilas e que de nada servem, é eliminado e não é “transferido”. Por outro lado, o suor que todos precisamos suar, ou seja, que ocorre no calor, locais abafados, atividade física – não pode nem deve ser eliminado. É esse suor que pode aparecer com a forma de suor compensatório.

Todos os cirurgiões operam de forma idêntica? Existe a possibilidade de reversão da operação?

Existem sim diferenças técnicas entre os cirurgiões. Grande parte dessas diferenças são opções pessoais de cada um deles; podem ser diferentes as incisões na pele, o equipamento utilizado e mesmo a forma de “desligar” o simpático. As decisões são tomadas baseadas na experiência e na convicção de cada um.
A reversibilidade da operação é bastante questionável e muito discutida na literatura específica. Quando parte do nervo é destruída, a operação para tentativa de reversão inclui um “transplante” ou “transferência” de outro nervo. É operação muito complexa e de resultados questionáveis. Quando se utiliza o “clip” pode ser mais simples a possibilidade de reversão, mas nunca é de resultado garantido. Consideramos que não devemos indicar cirurgia oferecendo a possibilidade de reversão, portanto não recomendamos a operação em quem tem dúvida.