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Histórico

Simpatectomia Torácica Vídeo-toracoscópica

 

Há muitos anos sabe-se que a simpatectomia cérvico-torácica poderia eliminar os sintomas da hiperidrose palmar. As técnicas abertas, tradicionais eram eficientes quanto a obter-se a anidrose (ausência do suor) porém eram complexas, agressivas e cruentas.

hiperidrose_simcComplicações sérias eram muito frequentes após a operação convencional – principalmente a Síndrome de Horner causada pela lesão do gânglio estrelado (ptose palpebral, enoftalmia, miose) – o que fez com que esse procedimento fosse muito pouco utilizado no tratamento da hiperidrose. As operações eram realizadas por incisões grandes no pescoço, no tórax ou no dorso, sempre em ambos os lados. Por isso, a simpatectomia torácica convencional foi pouco utilizada pois envolvia a realização de uma toracotomia tradicional, posterior, aberta, invasiva (cirurgia de porte considerável) com todos os seus riscos, para o tratamento de uma condição benigna.

Além das complicações já mencionadas tais vias de acesso apresentavam inconvenientes como a necessidade de internação hospitalar mais prolongada, com demora no retorna às atividades habituais, maior dor no período pós operatório e resultado estético pouco satisfatório.

Na década de 90, com o advento da vídeo-toracoscopia, o cenário modificou-se substancialmente.

Com a videotoracoscopia, através de pequenas incisões, o cirurgião pode atingir cirurgicamente a porção da cadeia simpática que interessa no tratamento da doença.

A sistematização da técnica e da indicação cirúrgica possibilitou que o procedimento fosse indicado e utilizado com benefício significante para os pacientes. Tornou-se método seguro que permite a abordagem precisa, sob visão direta com excelente visibilização. Permite identificar com nitidez a cadeia simpática e sua relação com as estruturas vizinhas. O resultado é imediato e duradouro. O paciente recebe alta no dia seguinte à operação e retorna rapidamente a suas atividades habituais. Já numa época bem mais recente tivemos vários avanços na cirurgia. Deixamos de executar uma simpatectomia cérvico-torácica –  que era realizada em localização mais alta na cadeia simpática.

Hoje a operação indicada na maioria absoluta dos casos é a simpatectomia torácica, que é realizada em região mais baixa da cadeia simpática. O que chamamos “altura” ou “nível” da cadeia simpática refere-se a localização dos gânglios simpáticos e sua relação com pontos de referência anatômicos, como as diversas vértebras e as costelas. Utilizamos muitas vezes  termos como T3, G3, T4, etc..). Como consequência direta e com a experiência, aperfeiçoamento técnico e uso de instrumental de melhor qualidade as complicações citadas anteriormente praticamente desapareceram.

A operação hoje é ainda mais eficaz, com resultado melhor e com menos suor compensatório. A experiência do cirurgião é bastante importante na simpatectomia. Claro que as decisões que um cirurgião faz são fundamentais em qualquer tipo de operação, porem na simpatectomia – exatamente por ser procedimento simples – não se admite falhas. As simpatectomias não são todas iguais, hoje são bastante individualizadas.

Assim, a avaliação criteriosa de cada paciente, suas queixas, a constituição física, idade, sexo, etc. interfere  na escolha da melhor técnica operatória, na adequada avaliação do nível da simpatectomia em cada paciente e mesmo a escolha certa de quem deve ser operado melhoraram muito o resultado do procedimento ao longo do tempo.