A hiperidrose axilar é uma situação tão constrangedora e incômoda quanto hiperidrose nas outras áreas do corpo. Como sempre, somente quem tem a doença consegue entender o quanto a hiperidrose incomoda e constrange o portador. As pessoas de fora, geralmente até entendem que incomoda, mas não sentem a real dimensão do problema que é a hiperidrose axilar. A hiperidrose axilar pode existir de forma isolada, ou então associada à hiperidrose palmar.
Os pacientes com hiperidrose axilar referem grande constrangimento causado pelas roupas molhadas, que deixam marcas e mancham as roupas. Relatam que forma-se uma “pizza” em suas roupas, debaixo dos braços. Por conta disso muitos evitam roupas coloridas – passando a vestir apenas roupas pretas, as vezes branco ou azul bem escuro. Vários tentam utilizar papel toalha, absorventes femininos, lencinhos higiênicos nas axilas, esperando que não seja notada. Alguns utilizam sempre algum casaco, impermeável, que raramente tiram. Frequentemente carregam consigo varias camisas ou camisetas que são trocadas ao longo do dia. A maioria dos portadores de hiperidrose axilar destacam sentir grande constrangimento ao imaginar que outras pessoas consideram tais sinais característicos como falta de higiene, causando má impressão nos outros que desconhecem a doença.
O quadro acima descrito torna-se ainda mais constrangedor quando está associado o mau odor. Essa condição é chamada bromidrose; geralmente é causada pela proliferação de bactérias em meio a células descamadas no ambiente úmido propiciado pela hiperidrose.
A maior parte dos pacientes com hiperidrose axilar já tentou utilizar antitranspirantes extra-fortes (24-48hs) comerciais ou manipulados, vários deles importados; geralmente não eficazes. Muitos já utilizaram o Botox e ficaram decepcionados com a curta duração ou a diminuição da eficácia em aplicações consecutivas. Em outros a melhora obtida com o Botox não os satisfez e agora desejam uma solução definitiva.
Na nossa experiência ao longo de 15 anos no tratamento da hiperidrose foi na localização axilar foi o local onde maior progresso observamos na evolução dos resultados da simpatectomia torácica (os resultados para hiperidrose palmar já eram brilhantes desde o início. Algumas modificações técnicas melhoram substancialmente os resultados da cirurgia na hiperidrose axilar. Atualmente consideramos que a simpatectomia para o tratamento da hiperidrose axilar isolada tem eficácia próxima a 90%, o que representa melhora substancial com relação ao observado no passado.
Consideramos atualmente o tratamento cirúrgico como ótima opção no tratamento da hiperidrose axilar. Na cirurgia para tratar hiperidrose axilar detalhes de técnica operatória são especialmente importantes. Raramente podemos oferecer alguma solução frente a cirurgias que tiveram mau resultado. Assim, a operação deve ficar muito boa na primeira operação, com resultado simétrico (semelhante em ambos os lados) e com pouco suor compensatório.
Tratamento Clínico
A hiperidrose axilar, na nossa experiência, pode ser feita tentativa com o tratamento clínico com medicação anticolinérgica. Trata-se de medicação de uso contínuo, que não leva a dependência ou tolerância (ou seja, não “vicia” e “o corpo não acostuma”). Na maior parte dos casos, no entanto, os efeitos colaterais fazem com que o paciente abandone o tratamento.
Tratamento com a Toxina Botulínica
Na hiperidrose axilar os resultados podem ser aceitáveis – o resultado é melhor e a aplicação é bem mais simples do que na palma da mão. Considermos que o uso da toxina botulínica não dá bons resultados nos casos de hiperidrose palmar e sequer se aplicam nos casos crânio-faciais. Claro que trata-se de tratamento temporário, raramente com duração de 4-6 meses, necessitando novas aplicações. Temos observado que nas aplicações subsequentes a duração é ainda menor.
Tratamento cirúrgico local
Frente a algumas peculiaridades anatômicas da região, na axila existe a possibilidade de retirar-se parte ou quase totalidade das glândulas sudoríparas da axila.
É método completamente diferente da simpatectomia. Na operação local tenta-se atuar diretamente sobre as próprias glândulas que produzem o suor. Já a simpatectomia é uma operação “neurológica” – interrompe-se um “fio” que leva o estímulo às glândulas sudoríparas.
Outra peculiaridade da região axilar é a presença de dois tipos de glândulas sudoríparas – alem das écrinas que existem em todo os corpo, na axila parte das glândulas sudoríparas são chamadas apócrinas.
Quando se menciona de uma forma geral “operações locais” com a retirada das glândulas sudoríparas inclui-se diferentes técnicas cirúrgicas algumas bastante grosseiras, agressivas e que podem deixar cicatrizes com mau aspecto. Algumas técnicas locais divulgadas resultam em risco de recidiva bastante elevado.
Felizmente, frente a avanços recentes nas técnicas “locais” – ocorreu grande progresso nessa area, podendo-se obter melhores resultados quando bem aplicadas nos casos apropriados e avaliado por cirurgiões experientes neste tipo de operação, ou preferencialemente com ambas as técnicas.
Assim, existem situações onde esse tipo de operação apresenta vantagens e resultados muito superiores á simpatectomia torácica. Para maiores informações clique AQUI.