Após a simpatectomia pode existir efeito colateral bastante importante, que deve ser explicado e compreendido pelo paciente, o chamado suor compensatório. Esse fenômeno tem incidência e intensidade muito variáveis que dependem de vários fatores.
Assim, entre 20 a 50% dos pacientes pode ocorrer hiperidrose compensatória. Trata-se de um aumento da sudorese em outras partes do corpo, geralmente no tronco (abdômen e dorso) e com menor incidência na coxa. Esse fenômeno é chamado por alguns de sudorese reflexa. Esta condição é tolerável para maioria dos pacientes: cerca de 10% apenas queixam-se dos inconvenientes desta perspiração excessiva, mas a toleram melhor que a hiperidrose palmar ou axilar que motivou a operação.
Já complicações pos-operatórias são atualmente muito raras. A nevralgia intercostal está relacionada ao trauma de costelas e feixe vasculo-nervoso por trocaters, lesão térmica ou necessidade de uso de dreno pleural pós-operatório.
Atualmente, com as técnicas cirurgicas mais modernas (nível, bisturi ultrasônico, uso de clip, duas incisões de 5mm) as complicações felizmente reduziram-se ao mínimo. Consideramos atualmente que apenas a presença de doenças pleurais ou pulmonares anteriores são fatores que podem “atrapalhar” a operação. Evidentemente que em casos já operados, com operações anteriores mal sucedidas também são situações desfavoráveis. Nesse casos com relativa frequência pode haver necessidade de se colocar um pequeno dreno pleural.
A síndrome de Claude- Bernard-Horner (ptose palpebral, miose, enoftalmia) é complicação rara, relacionada à lesão do gânglio estrelado. Sua ocorrência é extremamente baixa nas mãos de um cirurgião experiente. Nos pouquíssimos casos que pode ocorrer são operações realizadas em regiões muito “altas” na cadeia simpática – cuja indicação para tratamento da hiperidrose é raríssima na atualidade. Outra situação a ser considerada são doenças graves que atingem o ápice do pulmão e da pleura – tipicamente algumas formas de tuberculose. Existem também raramente doenças concomitantes, como algumas malformações congênitas. Comprometimento do plexo braquial por distensão do mesmo são muito raras.
O pneumotórax residual pós operatório é uma complicação rara, que na maioria das vezes, resolve-se espontaneamente (é absorvido), não necessitando intervenção específica. A presença de hemotórax tardio, no pós operatório é de incidência muito rara.
A infecção da ferida operatória é virtualmente inexistente após a simpatectomia. Quando relatada por algum paciente invariavelmente trata-se de reação de corpo estranho ao fio utilizado no ponto intradérmico. Deixamos de utilizar a “cola” cirúrgica que substituía a sutura pelo aparecimento de pigmentação em pacientes de pele muito clara.